quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Jovens universitários e o voluntariado

Engajados no trabalho voluntário, estudantes adquirem experiência e conseguem ingressar no mercado

O voluntariado é uma forma de adquirir experiência e pode ser a primeira porta dos jovens para o ingresso no mercado de trabalho, acredita Ademar Bueno, coordenador do Centro de Cooperação da GV (CCGV), órgão da Fundação Getúlio Vargas. Isso porque, se bem orientados, os estudantes têm a chance de colocar em prática suas competências técnicas e, ainda, a lidar com situações que vão contribuir com o desenvolvimento da sua formação humana.

“Aquilo que era diferencial há pouco tempo hoje é básico. Se o jovem não tiver um curso de língua estrangeira, uma boa faculdade e até mesmo um intercâmbio ele nem passa para o processo seguinte. Então como um candidato a estágio ou trainee vai se diferenciar? O senso de responsabilidade e de ir além do que é colocado na frente dele que o trabalho voluntário propõe é algo que as empresas começam a olhar”, diz Bueno.

O aprendizado adquirido por meio do contato com crianças carentes, bem como as situações-problema que surgiram durante a realização da atividade voluntária mudou sua visão de mundo e fez diferença na hora de encontrar emprego, atesta Louisie. “Não é o trabalho voluntário em si que ajuda você a conseguir um emprego, mas a formação humana que ele propicia”, diz.

Segundo a coordenadora do departamento de voluntariado da Ong Liga Solidária, Priscila Rodrigues Souza, os voluntários podem contribuir por meio de sua formação ou habilidades pessoais. A entidade realiza atividades voltadas à educação e cidadania e seleciona pessoas que queiram ajudar de acordo com seus valores e conhecimentos técnicos.

“A questão da troca e do networking são muito importantes no voluntariado, já que a pessoa vai conhecer e entrar em contato com outros profissionais. Por outro lado, pensando nas questões estratégicas é fato que a pessoa que tem contato com o serviço voluntário vai ser um melhor gestor porque a atividade desenvolve nela suas habilidades técnicas e a formação humana”, diz Priscila.

Mas é preciso averiguar antes se o trabalho voluntário pode, de fato, contribuir para a formação profissional, orienta Ademar Bueno, da CCGV. Para garantir isso, o núcleo busca universitários que desejam prestar serviços gratuitos à comunidade de acordo com a atividade a ser realizada e a formação técnica de cada um.

Por Rômulo Martins

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